Luiz Carlos de Barros Figueirêdo: Uma reflexão sobre nossa identidade nordestina

10-12-2024 Postado em Artigos por Luiz Carlos Figueirêdo

A expressão nordestino, juntando todos em um “balaio de gatos”,
não foi cunhada por acaso.
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Viva Ariano Suassuna, que anteviu essa união, com sua música
“são os do norte que vem”

A amiga Graça, prima de minha esposa, Tereza, me encaminhou um filmete publicitário do SBT, voltado para anunciantes, que revela o conhecimento do grupo de comunicação sobre o mercado consumidor do Nordeste, superando seus concorrentes.

Em cerca de três minutos, o vídeo, narrado por um cearense de Fortaleza, aborda a forma homogênea e superficial com que moradores de outras regiões do Brasil enxergam os nordestinos.

Eu já conhecia o filmete e gostei bastante do seu conteúdo. Parabenizo efusivamente os seus criadores.

Agora uma reflexão: a expressão nordestino, juntando todos em um “balaio de gatos” não foi cunhada por acaso.

Ela veio depois de irresignações contra outros preconceitos com intenções ofensivas como designar a todos de “baianos” e “paraíbas”.

Dúvida dessa má motivação? Já viu a grande mídia do Sul e Sudeste usar expressões do tipo: sudestinos, sulinos ou centro-oestinos? Claro que não.

Sobra para a generalização dos “nortistas” e ” nordestinos”, os quais até meados do século 20, eram tratados como “lá do norte”.

No nosso caso, o tiro saiu pela culatra. Serviu para fortalecer a nossa resistência e resiliência. Para nos convencer que o que nos une, independentemente de cada Estado de origem, é bem maior do que aquilo que nos separa. Somos, sim, uma só, única, orgulhosa e indivisível nação nordestina.

Viva Ariano Suassuna, que anteviu essa união, com sua música “são os do norte que vem”. Viva Ivanildo Vilanova com sua inigualável poesia “Nordeste Independente”. Viva Alceu Valença ao divulgar para o mundo sua premonição: “tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais”.

Luiz Carlos de Barros Figueirêdo, magistrado do TJPE